30 de jul. de 2010

Diário de um jogador – RPG Eletronico na minha vida – parte 1


Estava eu pensando no que escrever no Snake In The Box e vi que deveria continuar um post que eu fiz lá no Conversa Mole e que eu iria continuar uma parte aqui, então cá estou. E o que vamos escrever aqui? Bom, será sobre a minha vida com os RPG's Eletrônicos, lá no CM, continuarei a falar sobre os board games e os RPG's Interpretativos, nos quais tive sorte de não participar destes últimos da maneira live.


E o que diabos são RPGs, vocês me perguntam. De maneira bem simples e nada modesta, é a forma no qual você perde tempo na frente do computador assistindo intermináveis horas de CG's, animações e afins e passa 30 minutos correndo em corredores sem fim. Quer dizer, para muitos, uma enrolação só. Mas o que realmente vem a ser um RPG Eletronico? Seria um jogo no qual você seria um personagem, ou uma penca destes, nos quais teriam ações pre-determinadas a fazer, como, por exemplo, matar um vilão numa vila X, comer uma meninazinha no barco do pai, roubar um banco com um bando no Banco Central do Brasil, ser um idiota e perder quase todo o dinheiro que conseguiu, e assim vai sucessivamente. Com isto soma-se, ainda, ganhar eXperience Points (XP) para subir de level e garantir que o seu personagem consiga seguir adiante no jogo.



Basicamente é isto que compõe um RPG e desta forma centenas de jogos se prendem justamente nesta fórmula básica e já bem clichê, mudando apenas uma pequena parte do nome. Há jogos, por exemplo, que seguem tão fielmente ao pé da letra a conceitualização de RPG que acabam virando escracho de si próprios, um deles, cito aqui, é o Breath of Fire, no qual a Capcom em todos os seus jogos usam os mesmos personagens, com quase as mesmas motivações e indo sempre na mesma direção, acabar com o mal. Ou Zelda, na verdade a Legenda de Zelda, digo, a Lenda de Zelda, no qual você sempre tem o Link, o pobre rapaz de orelhas pontudas que, tal qual Mario, nunca consegue ficar com a princesa no final.


Mas não vamos nos ater a isto, os reclames ficam por conta dos jogadores que não gostam de RPG, no qual conheço alguns e não vem ao caso dar nome aos bois, pois aqui quero falar um pouco da minha experiência com os jogos eletrônicos de RPG.

Então, o que eu posso dizer sobre isto? Só uma coisa. Que foi por causa dos RPG's que eu vim a aprender inglês. Assim como aconteceu com muitos outros nerdz viciados por aí, foi por causa do RPG que eu tive a necessidade de aprender o inglês, não para entender os menus, os poderes e o que eles fazem, mas sim para compreender as falas dos personagens naqueles quadradinhos azuis (Final Fantasy, Phantasy Star), cinzas (Chrono Trigger, Final Fantasy Tactics) e de muitas cores (vários outros rpgs com menus customizaveis) e, desta forma, pude entender as nuances dos enredos de jogos, com as suas sutilezas e qualidades impares. E ainda me pergunto porque existem psicologos e "doutores" na área de Ciência Social que dizem que os jogos eletrônicos deturpam as mentes das crianças. Pergunto isto porque foi com estes jogos, e muitos outros, que acabei aprendendo muito mais coisas ali do que no colégio - estava num nível mais elevado de inglês, seja escrita ou lida e em português nas três áreas do que grande parte dos meus coleguinhas).


Foi por causa do RPG que tive a obcessão de escrever histórias, boas ou ruins, mas feitas por mim. Fanfics, adaptações ou coisas inéditas. Claro que Jornada nas Estrelas foi a principal culpada, mas isto é caldo para outra sopa. Mas, voltando ao assunto, RPG. Comecei a jogar eles nos tempos idos do Super Nintendo, o meu primeiro RPG, na verdade não foi do Super Nintendo, mas sim do Master System e, creio que todos aqui já adivinharam qual o é. Sim, Phantasy Star, o primeiro e único RPG traduzido com afinco pela TecToy (que deus a tenha) e, assim foram muitos outros.

Quantas horas eu não perdi, quantos jogos não finalizei. Os quais me surpreenderam, como Final Fantasy VI e sua reviravolta no seu final, ou quando Magus entrou no Grupo em Chrono Trigger, e como viajei pelas estrelas em Star Ocean e Phantasy Star, e virei o Heroí do Tempo em Ocarina of Time e tive de lutar contra a Igreja de Glabados em Final Fantasy Tactics, acabar com a Horda em WarCraft II e montar uma equipe com robos gigantes em Front Mission?

Foram horas, minutos, segundos e eu posso dizer que não me arrependo de ter feito estas perdas todas e como faria tudo de novo, novamente e mais uma vez. RPG é uma de se viajar, se você não tem uma imaginação muito forte, bem este jogo é o ideal.

Um dia eu volto a falar sobre jogos aqui, no meu diário que não é um diário.

E Zelda é RPG.